A ansiedade sempre foi um tema comum na sociedade contemporânea, inclusive nos ambientes de trabalho. Porém, com o advento da pandemia da Covid-19, muito mais indivíduos se viram atingidos por essa problemática. Confira agora as suas causas e saiba como lidar com ela.
A palavra ansiedade é usada para denotar uma angústia persistente, um estado de apreensão e medo diante de determinadas situações, sejam positivas, sejam negativas.
Assim, a ansiedade não é algo necessariamente ruim e a sua presença em algumas ocasiões da vida é comum, trazendo preocupações apenas quando os sentimentos se tornam excessivos, causam sofrimento e provocam alterações no cotidiano do indivíduo, inclusive na sua saúde física e mental.
No ambiente de trabalho, o desempenho profissional é prejudicado quando o funcionário apresenta altos níveis de estresse e uma ansiedade diária, afetando a qualidade do seu trabalho e a sua produtividade.
Por isso, as empresas devem se atentar à qualidade do ambiente organizacional e à cultura da instituição se quiserem uma redução no presenteísmo dos trabalhadores, uma das consequências mais comuns quando se tem um ambiente laboral estressante, ainda mais com a pandemia do novo coronavírus.
O aumento nas estatísticas
De acordo com uma pesquisa feita pela Robert Half, empresa de recrutamento e seleção, 42% dos trabalhadores brasileiros enfrentam diariamente estados de ansiedade e estresse durante o exercício de suas atividades profissionais.
Com a ocorrência da pandemia do Coronavírus em 2020, outra pesquisa, desta vez feita pela empresa Willis Towers Watson, constatou que 61% dos profissionais tiveram um aumento dos quadros de ansiedade.
Esses números mostram que a ansiedade é um dos principais transtornos do ambiente de trabalho e deve ser tratada logo que surgirem os primeiros sintomas.
As principais causas da ansiedade no trabalho
Os principais fatores que podem causar a ansiedade no ambiente laboral são a falta de reconhecimento profissional, o excesso de trabalho ou de responsabilidades assumidas, a alta competitividade e a busca desenfreada por resultados ou por metas irreais, a pressão para cumprir prazos curtos, entre outros.
A ansiedade manifestada também pode ser consequência do desequilíbrio em outras áreas da vida da pessoa.
Porém, ao chegar ao trabalho, as pressões típicas do ambiente acentuam o quadro clínico e pioram o desempenho do indivíduo, gerando ainda mais ansiedade e virando um ciclo que parece não ter fim.
Sintomas e consequências
Além do sofrimento psicológico, sintomas físicos da ansiedade também podem ser sentidos, como tontura, dor de cabeça, falta de ar, palpitações, alterações intestinais, lapsos de memória, sudorese e cansaço excessivos.
Toda essa sobrecarga no organismo acaba impactando no desempenho profissional, ocorrendo queda de rendimento no trabalho, dificuldades de concentração e na tomada de decisões, problemas de memória e alto índice de presenteísmo.
Como reduzir a ansiedade no trabalho?
Para ajudar a diminuir os níveis de estresse e ansiedade no ambiente de trabalho, existem várias técnicas que o próprio indivíduo pode adotar com o objetivo de melhorar sua saúde mental e evitar tais transtornos.
Porém, como cada pessoa é única, aconselha-se a testagem de diferentes métodos para saber quais são mais eficazes, dependendo da personalidade do indivíduo e dos gatilhos que provocam os quadros de ansiedade.
A seguir, confira as técnicas mais conhecidas e as dicas de como aplicá-las no dia a dia:
O autoconhecimento é fundamental para o diagnóstico das situações que causam picos de estresse no organismo.
Tentar perceber as causas, internas e externas, que levam ao aparecimento da ansiedade já é meio caminho andado em busca de seu controle e redução.
Após a identificação dos gatilhos que causam ansiedade no trabalho, pode-se procurar, sozinho ou com ajuda profissional, as melhores maneiras de evitá-los ou de se lidar com eles.
Ao mesmo tempo em que exercita o autoconhecimento, procurar saber quais são as atividades laborais mais prioritárias ajuda a focar no que realmente importa e também a definir uma rotina que lhe traga uma maior sensação de segurança.
Ponha no papel todas as atividades exercidas no trabalho em cada dia da semana e destaque aquelas de maior urgência, assim como os seus prazos. Desse modo, você terá um maior controle sobre as suas tarefas e o seu rendimento.
É comprovado cientificamente que a concentração humana tem limite de tempo e o corpo precisa de pausas para descansar e recuperar o ritmo da atenção.
Se esforçar por muitas horas seguidas leva a uma estafa mental e aumenta os níveis de estresse.
Por isso, o recomendado é estabelecer pausas de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados, aproveitando esses pequenos momentos para se alongar, tomar uma água, conversar com colegas, enfim, distrair a mente das preocupações diárias.
Alguns alimentos interferem diretamente em nosso estado emocional, como o chocolate e o café, por exemplo, pois afetam nossos neurotransmissores.
O mesmo vale para a prática constante de exercícios físicos, porque eles estimulam a liberação de hormônios, como a serotonina e a dopamina, que inundam nosso corpo com sensações de tranquilidade e relaxamento.
Portanto, ter uma alimentação balanceada e se exercitar com certa frequência são chaves fundamentais para melhorar a qualidade de vida e, consequentemente, reduzir os níveis de estresse e ansiedade.
Se a ansiedade já dura há certo tempo e afeta drasticamente o bem-estar e a rotina do indivíduo, pode ser um sinal de que ela se tornou crônica. Nesses casos, o indicado é procurar ajuda médica.
Psicólogos, psicanalistas e psiquiatras são os profissionais mais recomendados para indicarem o melhor tratamento para cada tipo de transtorno de ansiedade.
Psicoterapia, exercícios de relaxamento, como a meditação e a yoga, e também o uso de alguns medicamentos são as terapias mais recomendadas de maneira geral.
Nunca tenha vergonha de procurar ajuda! A ansiedade pode ocorrer com qualquer pessoa em diferentes faixas etárias.
O importante é buscar estar bem consigo mesmo e não deixar que a ansiedade prejudique seu desempenho profissional, sua qualidade de vida e seus momentos de felicidade.