Após ser descoberto que forças armadas compraram viagra, eles disseram que o medicamento viagra combate hipertensão arterial pulmonar, mas será que isso procede? Veja a seguir

A internet acordou hoje em grande polêmica. É que foi descoberto que recentemente as forças armadas compraram nada mais nada menos do que 35320 unidades do medicamento viagra da pfizer, conhecido por resolver problemas de impotência masculina. Em sua maioria, os comprimidos são destinados à Marinha, com 28.320 comprimidos. O Exército recebeu 5 mil unidades do medicamento e a Aeronáutica 2 mil. O sildenafila, comercializado com o nome de Viagra pela farmacêutica Pfizer, é um medicamento tipicamente usado no tratamento de disfunção erétil masculina.

Para quem duvida, os dados estão disponíveis no Portal da Transparência e no painel de preços do governo federal e foram compilados pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO).

Bom até o momento a marinha e aeronáutica informaram nesta segunda-feira (11) que o medicamento é usado para hipertensão arterial pulmonar e em pacientes com esclerose sistêmica, para “melhor controle do fenômeno de Raynaud em pessoas acometidos pela grave doença”. A Aeronáutica ressaltou que o uso para o tratamento de disfunção erétil, a principal indicação do Viagra, “não se encontra priorizada nesse tipo de aquisição”. O exercito nãos e pronunciou.

Viagra combate Hipertensão Arterial Pulmonar?

Bom, em primeiro lugar é preciso entender que essa doença acontece com pouqissima frequencia. Mas absurdamente pouca, pois segundo o Registro Frances, a prevalência de hipertensão arterial pulmonar (HAP) é de 2,4 casos/milhão de habitantes adultos/ano. Marinha e Aeronáutica acabam de bater o recorde mundial de casos. Além disso, o uso do viagra está ainda hoje totalmente em testes, com poucos casos sendo atendidos e testados, nada conclusivo.

A Hipertensão Arterial Pulmonar é uma doença grave das artérias pulmonares, que ligam os pulmões ao coração. É caracterizada por um aumento progressivo na resistência vascular pulmonar levando à sobrecarga e falência do ventrículo direito e morte prematura. Embora seja uma doença rara (30 a 50 casos por um milhão no Brasil), a sua incidência é aumentada em determinados pacientes (soropositivos, com anemia falsiforme, esclerose sistêmica etc).

Além disso, existem outras drogas mais adequadas. Nos EUA, embora alguns medicos ate utilizem existem varias restrições.

A agência norte-americana Federal Drugs Administration (FDA) recomendou evitar o uso crônico do fármaco em pacientes pediátricos, o que foi interpretado como uma contraindicação ao uso da sildenafila nessa faixa etária. Em 31/3/2014, a FDA esclareceu que o objetivo da recomendação não foi sugerir que a sildenafila não deva ser utilizada em menores, e, sim, alertar quanto a potenciais riscos, reforçando a importância do tratamento individualizado com acompanhamento clínico rigoroso pelas equipes assistentes. Não é necessário ajuste de dose para idosos ou para pacientes com insuficiência renal. Inexistem estudos adequados e bem controlados do uso de sildenafila em mulheres grávidas.

Dose do medicamento seria diferente

Viagra (citrato de sildenafila) nas doses de 50 ou 100 mg não é utilizado para hipertensão pulmonar (PAH). A Pfizer registrou e depois vendeu para a companhia farmacêutica Viatris o direito de comercialização do Revatio, indicado para PAH com dose de 20 mg de sildenafila

Ou seja, dizer que o Viagra combate hipertensão arterial de forma conclusiva é complicado. E isso tudo ainda carece de estudos e não é conclusivo, alem da doença ser tão rara que a compra de 35mil unidades não faz o menor sentido.

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Fonte da materia – Congresso em foco – R7 Record

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