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Desafios online estão colocando a vida de crianças em risco: saiba como agir



O número de crianças e adolescentes mortos por desafios perigosos na internet cresceu de forma alarmante. Entenda os riscos, os sinais de alerta e o que pais e educadores podem fazer para proteger nossos jovens.

Nos últimos anos, acompanhamos uma onda crescente de desafios virtuais nas redes sociais. Infelizmente, alguns desses “jogos” não têm nada de inofensivos — e estão colocando a vida de milhares de jovens em risco. De acordo com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão ligado ao Ministério da Justiça, 56 crianças morreram no Brasil em 2024 vítimas de desafios online.

Essa estatística é assustadora e precisa ser levada a sério. Como profissional da saúde e educador, faço aqui um alerta: precisamos agir com urgência. Os pais, professores e cuidadores devem estar atentos aos sinais e, principalmente, manter o diálogo com crianças e adolescentes.

O que são os desafios online?

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Os desafios online são vídeos ou correntes que propõem tarefas a serem cumpridas, geralmente com o objetivo de gerar visualizações, “likes” ou ganhar notoriedade nas redes sociais. Em muitos casos, eles envolvem ações perigosas, autolesões ou situações que colocam a vida em risco.

Desafios online estão colocando a vida de crianças em risco: saiba como agir

O que começa como uma brincadeira acaba se tornando uma armadilha para jovens que, muitas vezes, não compreendem os riscos reais. A influência digital, a necessidade de aceitação social e o impulso característico da adolescência contribuem para o envolvimento nesse tipo de conteúdo.


Exemplos de desafios que causam preocupação

Veja alguns dos principais desafios que têm ganhado visibilidade nas redes sociais e preocupado médicos, psicólogos e educadores:

  • Blackout Challenge (Desafio da Asfixia): jovens tentam prender a respiração até perder a consciência. Pode levar à morte por falta de oxigenação no cérebro;

  • Desafio do Desinfetante: envolve a ingestão de produtos químicos, altamente tóxicos e com risco de intoxicação grave;

  • Desafio do Fogo: consiste em atear fogo no próprio corpo por alguns segundos, o que pode causar queimaduras de 2º e 3º grau;

  • Baleia Azul: um “jogo” com tarefas progressivamente autodestrutivas que culminam em suicídio.

Esses são apenas alguns exemplos. A cada mês, novos conteúdos semelhantes surgem em redes sociais como TikTok, YouTube e Instagram.


Por que os jovens participam?

A adolescência é uma fase de descobertas, emoções intensas e busca por pertencimento. É comum que jovens se sintam pressionados a seguir o grupo, ou tenham curiosidade de testar seus limites — mesmo que isso envolva riscos sérios.

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Desafios online

Além disso, fatores como a baixa autoestima, dificuldades emocionais e a falta de supervisão podem aumentar a vulnerabilidade desses adolescentes a esse tipo de conteúdo.


Impactos na saúde física e mental

A participação em desafios perigosos pode trazer consequências graves, tais como:

  • Lesões físicas: queimaduras, fraturas, intoxicações, traumas cranianos;

  • Problemas emocionais: ansiedade, depressão, estresse pós-traumático;

  • Isolamento social: medo de julgamento, vergonha ou exclusão dos colegas;

  • Suicídio: infelizmente, esse é o desfecho de muitos desses desafios extremos.

O impacto não é apenas individual. Famílias inteiras são abaladas por esses acontecimentos, e muitas vezes não conseguem compreender como algo assim aconteceu “debaixo do próprio teto”.


Como proteger crianças e adolescentes?

A prevenção é sempre o melhor caminho. Veja algumas medidas que pais, responsáveis e educadores podem adotar:

  • Converse diariamente com seu filho: crie um ambiente de confiança, onde ele se sinta seguro para contar o que vê e sente;

  • Monitore o uso das redes sociais: sem invadir a privacidade, mas com equilíbrio e atenção;

  • Eduque sobre os riscos da internet: explique com clareza os perigos desses desafios;

  • Observe mudanças de comportamento: isolamento, tristeza, alterações no sono ou na alimentação são sinais de alerta;

  • Busque ajuda profissional: se houver suspeita de envolvimento com esse tipo de conteúdo ou sinais de sofrimento emocional, é fundamental procurar um psicólogo ou pediatra.


A responsabilidade também é das plataformas

O Ministério da Justiça já notificou redes sociais e plataformas de vídeo solicitando maior agilidade na remoção de conteúdos nocivos. Mas, enquanto as medidas legais caminham, o risco continua presente.

Como sociedade, precisamos cobrar responsabilidade dessas empresas, que lucram com o engajamento digital e têm o dever de proteger o público infantojuvenil.


Conclusão

Os desafios online não podem ser tratados como brincadeiras. Eles representam uma ameaça real e urgente à saúde mental e física de nossas crianças.

A orientação familiar, o suporte da escola e o acompanhamento psicológico são pilares essenciais na prevenção desses casos. É preciso unir forças para que nenhuma família precise viver a dor de perder um filho por causa de um “joguinho da moda”.

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