O Transtorno do Espectro Autista é um distúrbio do neurodesenvolvimento infantil. Ele é caracterizado pela dificuldade na interação social, comunicação, comportamentos repetitivos e também por interesses restritos. Além disso, a criança também pode apresentar sensibilidades sensoriais. Os sintomas começam cedo e em grande parte dos pequenos as causas são desconhecidas. É importante lembrar que o diagnóstico é baseado na história sobre o desenvolvimento e observação. Por isso, é recomendado que os pais busquem a avaliação cedo para melhorar os resultados de maneira precoce. Entenda um pouco melhor sobre o TEA com o post de hoje.
Autismo: o que é o Transtorno Espectro Autista?
Para entender sobre o TEA é importante começar com a visão macro: o autismo. Ele é um dos transtornos que fazem parte do quadro do TEA. O Transtorno Espectro Autista foi definido como uma série de quadros, que variam a intensidade dos sintomas e danos gerados na rotina da criança.
Outros exemplos que fazem parte do Espectro são a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento. Lembrando que os transtornos do neurodesenvolvimento são caracterizados por alterações em duas áreas principais: comunicação e interação social; e padrões restritos e repetitivos de comportamento.
Entendendo melhor sobre o autismo
Uma pergunta muito frequente após o diagnóstico do autismo é a causa daquela condição específica. É importante deixar claro que não existe uma única causa e ele pode se desenvolver por meio de combinações genéticas e não genéticas, ou até mesmo ambientais.
As influências genéticas, segundo estudos, podem aumentar o risco de uma criança desenvolver autismo. Contudo, esse aumento de risco não é a causa única. Isso porque, algumas alterações associadas a essa condição, também podem ser identificadas em pessoas que não a possui. Além disso, nem todos aqueles que são expostos a fatores de risco ambiental para o autismo o desenvolvem.
A origem
Falando mais sobre as causas do autismo, elas abrangem a relação dos fatores abaixo:
Genéticos: Não existe um gene específico que seja associado ao TEA. Na verdade, são diversas variações de mutações e anomalias, sendo um fator muito complexo para analisar. Quando falamos de gênero, a proporção é de 4 meninos para 1 menina.
Neurológicos: O predomínio de TEA é maior quando associado a atrasos cognitivos e quadros de epilepsia.
Ambientais: Aqui, é a interação dos genes com o ambiente, infecções e intoxicações durante o pré-natal, prematuridade, peso baixo e até mesmo complicações no parto que podem contribuir para o diagnóstico positivo do autismo.
Qual a importância do diagnóstico precoce?
Grande parte dos casos são tardiamente diagnosticados. No entanto, felizmente os estudos falando sobre a importância da detecção precoce crescem cada vez mais. Na primeira infância existem alguns comportamentos que podem servir de alerta para os responsáveis e profissionais. Veja abaixo alguns deles:
- Durante a alimentação, a criança possui dificuldade para sustentar o contato visual;
- Ao ser chamado pelo nome não possui respostas claras;
- Atraso no desenvolvimento da linguagem verbal e não verbal. Por exemplo, não responder a sorrisos, não apontar, demorar para balbuciar ou falar, etc.
- Sente desconforto ao ser afagado ou pegou no colo;
- Aversão ou fixação a algumas texturas;
- Incômodos com determinados sons e barulhos;
- Comportamentos repetitivos e estereotipados, como enfileirar brinquedos educativos ou não, rodopiar em torno de si e balançar o corpo.
Quanto mais cedo o diagnóstico for realizado, maior será a facilidade de inserir a criança socialmente, assim como o desenvolvimento de sua autonomia. Realizar a intervenção mais cedo tem como objetivo estimular potencialidades e auxiliar no desenvolvimento da comunicação e interação.
Fatores de risco ambientais
Como falamos, algumas influências ambientais podem aumentar ou reduzir o risco de autismo em pessoas predispostas. É importante deixar claro que o aumento ou diminuição pode ser pequeno para qualquer um dos fatores citados abaixo:
Risco maior
- Idade avançada do pai ou da mãe (ou ambos);
- Complicações no parto;
- Gravidez (relacionada a prematuridade antes de 26 semanas, baixo peso, gestações múltiplas);
- Gravidez seguidas (com espaçamento menor que um ano).
Risco menor
- Vitaminas com ácido fólico antes e durante a concepção e junto com a gravidez também.
Nenhum efeito
- É importante deixar claro que, segundo estudos e pesquisas realizados ao longo de muitos anos, vacinas não possuem nenhuma relação com o autismo. Sendo assim, realizar a vacinação completa é essencial.
Tratamento
É de suma importância seguir as recomendações do profissional responsável pelo diagnóstico. Além disso, é indicado buscar terapia em áreas indicadas para cada caso, como fonoaudiologia, psicopedagogia, terapia ocupacional, atividade física, psicoterapia, etc.
Sabemos que pode ser difícil aceitar o diagnóstico, visto que as mudanças em toda a dinâmica familiar são grandes. Isso porque, é preciso comparecer às terapias indicadas, assim como o cuidado com o pequeno que pode ser desgastante. Sendo assim, é importante que a família também seja orientada e encaminhada para acompanhamento psicológico. Afinal, o profissional irá auxiliar no fortalecimento emocional para ser possível lidar com todas as questões envolvidas.