A psicanálise desenvolvida por Sigmund Freud se mantém atual mesmo diante de diversas evoluções científicas. Quando o assunto é entender e ajudar na busca de uma melhora para determinados quadros psíquicos, a abordagem psicanalítica é extremamente relevante, sendo estudada e aplicada em várias situações.
A psicanálise é um método de investigação teórica da psique humana, que estuda a causa de diversos transtornos através do diálogo, induzindo o paciente a falar abertamente sobre suas emoções, objetivos, frustrações, sonhos e tudo o que pode ser relevante para o completo entendimento de sua situação.
Mas, embora esta definição possa nos trazer uma pequena luz sobre o funcionamento deste método, a verdade é que para começar a compreendê-lo com um pouco mais de profundidade se faz necessário estudar alguns termos muito importantes. Por isso, reunimos aqui os 7 conceitos básicos da Psicanálise.
7 conceitos básicos da Psicanálise
1. Inconsciente
Não se fala em psicanálise sem abordar o inconsciente. Pois, Freud acreditava que muitos dos problemas apresentados pelos seus pacientes tinham origem em uma parte mais profunda, que se encontra fora da consciência.
É nesta parte onde, muitas vezes, emoções e acontecimentos acabam sublimados, mas de certa forma ainda tem alguma influência em nossa consciência, mesmo que não a entendamos ou não possamos saber exatamente qual é a origem desta influência.
Desta forma, um dos principais objetivos da psicanálise é liberar aquilo que está profundamente guardado no paciente e que influencia diretamente em sua vida.
Um bom exemplo para entendermos o que é o inconsciente é o iceberg. Estes grandes blocos de gelo possuem uma parte visível que está sob a superfície, mas a parte que se encontra dentro da água é totalmente desconhecida em um primeiro momento, e não sabemos seu formato, tamanho ou qualquer outra coisa que possa esconder. Assim também é a mente humana.
2. ID
Outro conceito extremamente importante e que está diretamente ligado ao inconsciente é o ID. Ele forma uma das três camadas da psique humana e ajuda a moldar nossa forma de ser e agir. Pois, o ID representa uma energia psíquica, mais primitiva, responsável por nossos impulsos, sejam eles orgânicos ou psicológicos que nos impelem a realizar algo.
O ID também alimenta a libido e nos direciona para a busca do prazer e da satisfação imediata, manifestando-se através de instintos e pulsões.
Assim, mesmo que essa área de nossa psique seja fundamental para a nossa formação como seres humanos, ela pode trazer sérios problemas, pois não leva em consideração questões sociais, éticas ou morais. Então, precisa ser controlada, o que acontece em outras camadas como veremos a seguir.
3. Ego
A segunda camada da formação da personalidade humana é o Ego. E, ao invés de levar em consideração a satisfação imediata de um desejo, esta parte da psique analisa a realidade durante a tomada de decisão.
De forma prática, o Ego esforça-se para realizar os impulsos do ID, mas faz isso de forma ponderada, analisando o meio em que vive e buscando um caminho que seja adequado socialmente. Ou seja, ele vai avaliar os prós e contras e decidir se é possível satisfazer o ID naquele momento ou se é necessário esperar por uma situação mais apropriada.
4. Superego
O Superego é a última camada de formação de nossa personalidade e é responsável pelo desenvolvimento dos nossos padrões morais. A realidade em que vivemos, nossos costumes e as experiências do dia a dia ajudam na formação desta camada.
Sendo assim, o superego é fundamental em nosso processo de julgamento, funcionando como uma espécie de guia.
5. Pulsão
Chegamos ao quinto termo da nossa lista dos conceitos básicos da psicanálise. Defini-lo não é tão fácil, pois alguns estudiosos acreditam que ele se assemelha muito à definição de instinto, enquanto outros acreditam que são duas coisas completamente diferentes.
De forma básica, o instinto está associado a algo animalesco, primitivo e hereditário, sendo característico de cada espécie. O instinto seria como uma força que nos move a fazer algo, a necessidade de alcançar um fim específico.
Porém, a Pulsão, embora esteja associada a um desejo, a um impulso de fazer algo, é direcionada a um objeto e não a um fim específico. Ou seja, a Pulsão é direcionada a algum representante.
6. Sonhos
Todo mundo sabe o que é um sonho, mas para a psicanálise ele tem um significado ainda mais profundo. Pois, Freud enxergou neles uma porta para o inconsciente e acreditava que muitas respostas poderiam ser obtidas quando um paciente relatava o que havia sonhado durante a noite.
Para a psicanálise um sonho é capaz de revelar desejos, traumas, medos e outras sensações e elementos que não estão disponíveis no consciente.
Freud afirmava que um sonho era a manifestação de um desejo. Ou seja, algo que a pessoa não podia fazer estando acordada, talvez por uma limitação social, sendo então realizado enquanto ela dormia. Tudo o que era reprimido encontrava nos sonhos uma válvula de escape.
E isso torna-se possível porque enquanto dormimos o inconsciente ganha mais força, podendo suprimir o consciente.
7. Transferência
Chegamos ao final de nossa lista com um conceito muito importante durante as sessões de terapia. Pois, a transferência é fundamental para que o paciente consiga reconstruir, expor e até mesmo resolver diversos traumas e conflitos.
A transferência, como você deve imaginar, carrega a ideia de transferir, mas no caso da psicanálise estamos falando de alguém que projeta no psicanalista, de forma não consciente, uma pessoa que teve participações importantes em seu passado, como o pai ou a mãe, levando-a a recriar um estado psíquico anterior. Embora esse processo seja simbólico, ele é de grande ajuda durante o tratamento.
Pois, este tipo de comportamento cria um laço mais estreito entre o paciente e o analista, permitindo que os sentimentos e pensamentos sejam expostos de forma mais aberta e verdadeira.
Assim, o psicanalista tem acesso a um material mais amplo, que permite inclusive entender qual era o estado psíquico do paciente no passado.
Existem outros termos importantes dentro da psicanálise, mas com certeza esses 7 são de fundamental importância para a nossa compreensão deste método terapêutico tão complexo.