Tecidos macios, modelagens amplas e versatilidade são as novas demandas das mulheres no período de isolamento social
A pandemia alterou o consumo de moda. Com o home office, homeschooling e momentos de lazer caseiros, saem de cena o salto alto, a calça jeans e os tecidos delicados e entra a moda comfy.
As roupas comfy vêm de conforto. São itens básicos, em diversas cores, feitas com tecidos confortáveis de se vestir. Ou seja, são peças ideais para ficar em casa, como shorts, camisetas, blusas oversized, cropped, calças jogger, macacões e macaquinhos amplos e moletom, além do pijama.
As peças mais confortáveis já estão tão presentes no novo normal do “quarentener” que 49% afirmam que vão sentir falta de passar o dia todo com elas quando o isolamento social acabar, de acordo com um levantamento da Opinion Box.
Segundo a mesma pesquisa, no entanto, o isolamento não impediu que 32% das pessoas continuassem a se arrumar para ficar em casa. 37% inclusive, adquiriu novas roupas e acessórios, uma categoria que também se destaca.
Enquanto o uso de brincos, colares e anéis é pouco recomendado pelos especialistas nas raras vezes em que saímos de casa, nas videochamadas, as joias e bijuterias marcam presença.
O comércio da moda na pandemia
Nos últimos tempos, as boas notícias têm sido escassas. O consumidor, cercado de más notícias, tende a usar a compra como uma pequena auto indulgência para aliviar a situação.
No entanto, esse é um prazer apenas dos privilegiados. A maioria dos consumidores tinha o costume de comprar roupas e acessórios quatro vezes por ano antes da pandemia, versus 37% que adquiriram algum item durante o isolamento.
As vendas andam mal pois a aquisição de produtos como estes está intimamente ligada à renda e ao emprego, que estão em queda no país.
Entre aqueles que compram, a preferência é pelas lojas online, que cresceram na pandemia: 53% dos consumidores adquirem esses bens online, versus 44% antes do período. Já as lojas de rua, lojas de departamento e shoppings viram o número de consumidores despencar.
Outro fator que dificulta o comércio do vestuário é o preço, apesar das estratégias de descontos agressivos oferecidas pelas lojas. A alta do algodão, por exemplo, pode tornar os produtos da temporada outono/inverno até 40% mais caros.
Roupa para ficar em casa
Os varejistas de moda estão mais do que nunca centrando suas coleções nas necessidades e desejos do consumidor, alinhados ao momento atual do Brasil.
Os novos hábitos, como trabalhar e fazer atividades físicas em casa, estão mudando a forma como nos vestimos. A ideia é otimizar as roupas: uma legging e um top servem como base para o dia a dia: é só colocar um cropped, um camisetão ou moletom.
Muitos consumidores também estão repensando as suas compras. Peças atemporais, cores neutras e tecidos mais duráveis, como o linho, adquiridas de preferência em lojas que praticam o slow fashion, são uma tendência que, provavelmente, vieram para ficar, pois prezam pela sustentabilidade e responsabilidade social.
A pandemia também fez com que a venda de pijamas disparasse. Algumas lojas de loungewear mais do que dobraram as vendas do item, enquanto novos players surgiram para suprir essa demanda.
Para o loungewear, quanto menos “cara de pijama” o item tiver, melhor. Assim, as peças podem ser usadas juntas ou separadas, dentro ou fora de casa. O roupão – ou robe – também tem sido um parceiro da quarentena, um curinga para receber os pedidos de delivery na portaria do prédio.
O chamado nap dress, um vestido que remete à uma camisola, também está em alta no período. Com tecido leve e silhueta ampla, o nap dress tem um ar de camponesa moderna.
Por fim, algumas mulheres estão arrumando apenas a parte superior do corpo, já que ela é a única que aparece nas calls de trabalho e nas reuniões por videoconferência com os amigos e familiares.
Peças com detalhes que chamam a atenção, como as blusas com mangas bufantes, e as semijoias, como brincos, colares, lenços e óculos, são opções para dar close na call, sem esquecer da maquiagem em dia.