Não é de hoje que a sociedade estima padrões para várias coisas em seu dia-a-dia, inclusive para o que define uma pessoa como bonita ou feia, como aceitável ou não aceitável esteticamente para a sociedade em geral.
Sobretudo no momento atual em que vivemos, onde somos constantemente bombardeados por fotos e vídeos de modelos, jovens extremamente bem-sucedidos, influenciadores digitais e famosos nas mais variadas redes sociais, principalmente no Instagram.
É de se esperar, que com toda a mídia provinda das redes sociais presente no nosso dia-a-dia, essa pressão estética e imagética esteja mais forte do que nunca.
Essa pressão, por sua vez, pode apresentar impactos drásticos na saúde mental e física das pessoas que não se sentem adequadas a este padrão.
Logo, além de medidas sanitárias e recomendações médicas, o debate social sobre este tema se mostra urgente, uma vez que estes padrões geram preconceitos, discursos e atitudes excludentes em direção de diversas pessoas que não atingem este padrão imposto, principalmente, pela mídia.
Com isso em mente, o artigo de hoje será discutido como uma resenha sobre ética e responsabilidade social neste aspecto.
Ainda, este é um tema que anda muito em alta atualmente, então se por acaso você estiver prestando vestibular, estiver realizando provas ou pesquisas na área, não deixe de conferir.
Preconceito e exclusão social de grupos minoritários
Como iniciamos o artigo dizendo, o ser humano e a sociedade como um todo tende a organizar suas ideias e percepções em blocos, categorias, classes ou padrões.
Este comportamento, por sua vez, pode representar atitudes, discursos e ações excludentes em relação a grupos minoritários dentro de uma sociedade.
No Brasil, por exemplo, temos uma sociedade arraigada no preconceito estrutural que mira em diversos grupos.
Como por exemplo o preconceito com homossexuais ainda é pautado por questões legais, jurídicas e principalmente sociais. Caso claro disso é a dificuldade e o julgamento social que casais homossexuais passam no processo de adoção.
Apesar de não haver nenhum mecanismo jurídico ou legal que impeça a adoção homoafetiva, grande parte da sociedade brasileira ainda julga estes grupos em relação à sua moral.
Ainda, existem diversos grupos que sofrem com uma enxurrada de comentários e atitudes preconceituosas diariamente, sobretudo em redes sociais, onde usuários mal intencionados se escondem atrás de um suposto anonimato para destilar ódio em direção às minorias.
Basta uma rápida navegada pelo Facebook, pelo Twitter ou pelo Instagram para se deparar com comentários xenofóbicos, racistas, homofóbicos, gordofóbicos e capacitistas, o que torna estas redes ambientes com uma atmosfera nociva.
O papel das redes sociais na pressão estética
Em pleno século XXI, temos mais exposição midiática e imagética do que nunca antes em todo o mundo e isso se deve a uma série de fatores, mas, principalmente a presença das redes sociais na vida das pessoas.
É importante, também, contextualizarmos esse comportamento excludente com a realidade que vivemos.
Em um período de pandemia e isolamento, dados mostram que as redes sociais, computadores e a Internet como um todo foram mais usadas do que nunca.
Isso se deve à limitação das atividades corriqueiras das pessoas devido às restrições e recomendações seguidas para vencer a pandemia.
Segundo dados da Academia Americana de Cirurgia Facial Plástica e Reconstrutiva no ano de 2018, cerca de 50% dos profissionais relataram casos de pacientes que buscavam procedimentos estéticos visando ‘’sair melhor em suas selfies e fotos’’.
No ano de 2019 o Brasil se tornou o país que mais pratica e realiza procedimentos cirúrgicos estéticos em todo o mundo. Este mesmo levantamento de dados mostra que no ano de 2018 foram realizados praticamente 1.5 milhão de procedimentos estéticos no nosso país.
Além disso, de acordo com a Diretora do Departamento de Comunicação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Marcela Cammarota, não há dúvidas de que as redes sociais contribuem para o boom de procedimentos estéticos que vemos nos dias de hoje.
Isso ocorre pois há uma pressão para estar bem e apresentando uma boa aparência nas redes sociais. Afinal de contas, ninguém posta no Instagram momentos negativos ou selfies em que não se achem apresentáveis para seus seguidores.
Considerações finais
Conseguimos ver através de dados que sim, realmente há um culto à beleza e ao padrão estético aceitável na sociedade atual.
Isso é fortalecido de forma significativa pelo uso exacerbado e indiscriminado das redes sociais, que além de representarem ambientes de extrema competitividade, representam também ambientes hostis, nocivos recheados de comentários e posturas discriminatórias e excludentes.